Os políticos de oposição e representantes dos movimentos sindical, populares e da sociedade civil demonstraram, de forma clara e cristalina, que a proposta de privatização da Sabesp, na tarde da última quinta (16), durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa (Alesp).
A Diretoria do Sindicato dos Urbanitários (Sintius) participou do grande ato em defesa de uma Sabesp pública realizado na porta do Parlamento paulista e acompanhou os debates na Casa.
Dezenas de pessoas compareceram à Alesp para manifestar a contrariedade contra a privatização da Sabesp.
Durante as discussões, ficou claro que os argumentos apresentados durante meia hora pela secretária de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, não para em pé.
Os deputados estaduais contrários à proposta de privatização utilizaram diversos argumentos já apresentados pelo Sintius e pelas demais organizações que integram o Fórum das Entidades para desmontar os argumentos apresentados pelo Governo do Estado.
Durante as discussões, ficou demonstrado que a intenção de o Estado subsidiar a tarifa com recursos da privatização não é permitida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Além disso, as entidades e os parlamentares destacaram que é temerário entregar a gestão das águas para a iniciativa privada, pois as experiências nacionais e internacionais demonstram que a privatização do setor não deu certo.
As organizações apontaram que a Sabesp possui capacidade, grau de investimentos e experiência comprovadas para antecipar a universalização do direito humano à água e ao saneamento.
Foi destacado, também, que a venda da empresa fortaleceria o oligopólio nacional do saneamento e destruiria a cadeia produtiva do setor.
Em resumo, não há vantagem na privatização da companhia e os riscos dessa operação à população, ao meio ambiente e à saúde são altíssimos.