Os trabalhadores da Sabesp na Baixada Santista e do Vale do Ribeira aprovaram a realização de greve, por tempo indeterminado, a partir da zero hora da próxima terça-feira, dia 30. A decisão foi tomada na noite da última quinta-feira, dia 25, em assembleias realizadas na sede do Sindicato dos Urbanitários de Santos e Região (Sintius), em Santos, assim como em Itanhaém e em Registro.

Essa medida foi tomada pela categoria em razão da intransigência, por parte da estatal, durante as negociações do novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que terá vigência de dois anos. Nesta segunda-feira, dia 29, às 18h30, haverá nova assembleia com os trabalhadores para ratificar a paralisação, caso a empresa não apresente uma proposta que atenda os anseios da categoria.

O Sindicato pleiteia aos cerca de 1.200 funcionários da Baixada Santista e do Vale do Ribeira um reajuste salarial de 8,26%, sendo 3,26% referentes à reposição da inflação dos últimos 12 meses e 5% de aumento real. No entanto, a empresa até o momento não apresentou nenhuma proposta nesse sentido.

O presidente do Sintius, Carlos Alberto de Oliveira Cardoso, o Platini, afirmou que a gota d’água para os trabalhadores deliberarem pelo movimento paredista foi o cancelamento da rodada de negociação prevista para tarde da última quinta-feira.

“A categoria já havia decidido que, se a empresa não assegurasse a data-base, que é em maio, não restaria outra alternativa a não ser cruzar os braços. Os trabalhadores precisam ser valorizados. Afinal, a Sabesp registrou, no ano passado, um lucro líquido de R$ 2,947 bilhões, um montante quase seis vezes superior ao contabilizado em 2015 (R$ 536,3 milhões)”, ressaltou Platini.

Conforme o dirigente sindical, os trabalhadores estão conscientes dessa luta. Em maio, foram realizadas três assembleias, sendo que, no último dia 16, o pessoal entrou em estado de greve, ou seja, já havia alertado à empresa que os trabalhadores poderiam parar as atividades a qualquer momento.

Platini destacou ainda que a Diretoria permanecerá em tratativas com a diretoria da estatal para buscar avançar nas negociações e fará gestões na área administrativa. Caso a paralisação venha ocorrer a partir do dia 30, a Diretoria assegura que todas as medidas serão tomadas para não prejudicar o atendimento à população. Equipes de plantão estarão de prontidão para atender eventuais casos de emergência nas cidades de ambas regiões.